7.24.2013

Pontos de vista

This is what i want. This is my choice. My goal. My dream.
This can't be what i want. This was not my choice. Neither my goal or dream.
I don't care what i want. I don't want to make choices, or have goals or dreams.
I don't know what i want. I want to make choices and have goals and dreams but i don't know how to do it.

Well i live. I make my own choices as they appear in front of me. I have goals and dreams but i don't let them command my life. Instead i follow the paths that will bring me closer to them, although always adapting them to my current reality. Life is what we do now. I don't care about the past, i don't care about the future. I care about the today, the now, the immediate.

7.09.2013

Silence

The silence is overwhelming. You don't hear a whisper. A single noise.
I look outside. I open the window, slowly, afraid of disturbing such peace. I could hear my heart beat. The air racing through my nose. I could hear it entering my lungs. The blood rushing to grasp every bit of oxygen out of it. 
I take a deep breath. Calm down man! It's just silence.
Silence is scary. Is the full absence of life. Pure silence i mean. 

I step outside. My footsteps echoe on the mountains far away. But i don't hear it. The night is dark. There is no light, no moon. There is nothing. Well the hell is everybody? Where are the birds? The insects, the dogs and cats? Damn.

I am outside. I can feel the wind around my body. Every single hair reacts to its presence. But i don't hear it. I just can't hear a thing.

I open my mouth. Trying to make a sound. For some reason my throat is blocked. I articulate the sound, but nothing comes out. I force it. I'm screaming now. My veins are popping out. Tears burst from my eyes, as i make one last effort to speak.

Finally i do. The only sound i can make and hear is your name. I shout it, with all my strengths. And finally the whole world awakes. The birds sing again, dogs bark, cats run away from it. The wind blows stronger than ever. The moon rises, i can see the streets again. Slowly my heart goes back to normal. My breathing becomes peaceful. I can go back to sleep!

7.07.2013

Beijo-te

Caminho apressado. Um ombro ali, um cotovelo acolá. Olhares fugazes de gente apressada. Caminho devagar afinal. Vou saboreando cada passo. Apercebo-me disso agora.
Vou sentindo a brisa vinda do Tejo. Como que me a fazer abrandar. Arrepia-me os pelos da mão. Ajeito a boina, puxo as golas para o pescoço. Meto as mãos ao bolso e assobio.
Baixo ligeiramente o volume. Os sons da cidade misturam-se agora com os acordes. Com aquela guitarra nervosa. A mão no bolso (porra que está frio) vai-se agitando. Os táxis, apressados como todos, vão abrindo caminho ao apito, como que se daquilo dependesse a sua sobrevivência. Todos os segundos contam nesta cidade. Tudo ao relógio, atrasado, mas como um relógio.
Inspiro as castanhas. Aquele fumo que me envolve enquanto o atravesso. Crava-se na mente. A textura, o suave escorregar da manteiga em miolo fumegante. A jeropiga que acompanha.
Sinto a chuva na testa. Volto a ajeitar a boina e a aconchegar ainda mais a gola. Olho em volta, os chapéus a abrirem-se. A multidão caminha apressada, entre fumos, apitos, negrume. Já não é dia, mas ainda não é noite. As luzes dos carros vão iluminado os recantos. As sombras ganham vida. Dançam comigo. E eu assobio.
Rua acima, como qualquer actividade prazerosa que requer esforço. Todas elas são de certo modo uma penitência. Um pedido de desculpas pelo antecipar do prazer. Um qualquer resquício de uma culpa sempre solteira.
A faixa muda. Uma voz feminina, lenta e arrastada. Linda. Vou cruzando olhares. Olhares baixos, cabeças baixas. Eu não. Enfrento a cidade de frente, conquisto passo atrás de passo. Um olhar fortuito aquece-me por momentos a alma. Um sorriso trocado, arranjado, imaginado. Vejo os teus lábios. As curvas, a cor. O suave trincar. A pequena cicatriz que não consegues resistir a lamber ocasionalmente. A maneira como eles sorriem para mim. Como as palavras escorregam lenta e sensualmente. Como suspiros que me entram directamente na alma.
Todas têm a tua cara. Todas têm o teu sorriso. Vejo-te em todas as sombras. És tu a minha companhia nestas ruas apressadas e escuras. És tu o meu porto seguro. Onde em cada piscar de olhos me vais dando a mão e sussurrando ao ouvido que está tudo bem.
A rua chega ao fim. Um aglomerado nos semáforos. A luz vermelha, teimosa, pisca ligeiramente. Como que a incentivar à passagem rápida. Avalio com calma os padrões de deslocamento, procuro uma abertura na multidão e lanço-me à estrada. O vento sopra forte, vindo do chão. Aquece-me momentaneamente. As luzes, todas elas, reflectem-se nas gotas nos meus óculos. Padrões psicadélicos e reconfortantes. Olho em volta à tua procura. Entre as sombras e as luzes. Tanta gente.  Páro. Apuro os meus sentidos. Sinto todos os ventos e todos os cheiros. Fecho os olhos por segundos, abstraio-me dos ruídos. Vejo-te nitidamente agora. Os contornos dos teus olhos, os ombros cobertos por uma cascata de caracóis. Esse teu sorriso. Toda a energia que necessito está aí. A tua silhueta, elegante. Um salto discreto. A contornar perfeitamente as tuas pernas. Uns collants pretos. Um vestido justo. E um casaco comprido. Linda! Estendes-me a mão. Ondulando ao vento.



Sinto os teus lábios nos meus. Tinha tantas saudades tuas!!

7.02.2013

Inevitbilidade do sentimento

Movimento e fluidez. Ou uma fluidez constante de movimento. De acontecimento. Qualquer coisa em nós que nos faz mexer. Um movimento constante de ideias desconexas.
Tudo o que fazemos provoca movimento. O ar em nosso redor agita-se. O chāo treme com a nossa presença. A sombra ilumina o lugar mais sombrio. Respiras e uma chama agita-se. Sopras e a água separa-se. Piscas o olho e a outra pessoa sorri. Um olhar faz tremer a mais sólida rocha. Um beijo faz todo o teu sangue fluir mais rapido. Tudo se coordena, tudo se mantém no seu equilíbrio. Na unica certeza. Que qualquer movimento provoca movimento. 

Inevitabilidade. 

A base de toda a nossa vida. Que qualquer acção provoca reacção. 

Temos sempre os pensamento. Neles somos realmente  livres. Não estou a falar de podermos pensar sobre aquilo que nos apetecer. Isso é uma consequência lógica do segredo associado ao processo. Pudéssemos nós ler pensamentos e garantidamente passariam a ser tão controlados como as nossas palavras.

Refiro-me sim a nós proprios deixarmos de controlar os nossos pensamentos. Desligar o corpo, a percepção física das coisas invadir a nossa utopia. No fundo voltar ao sentimento. Onde tudo afinal começou.