12.03.2012

Talvez

"Amo-te
Odeio-te
Espera não sei.
Quero-te
Desejo-te.
Uma vez
Outra vez
Talvez.
Não."

11.30.2012

O que seremos. Ou o que nunca fomos.

Somos o que somos. Podemos até nem perceber bem o porquê de sermos assim, mas tentar negar a nossa verdadeira essência é dos maiores erros que podemos cometer. Temos que nos adaptar claro, ir aprendendo com os erros, ir "limando aqui e ali umas arestas" para aperfeiçoar o processo. Mas a essência tem que permanecer inalterável. Temos que ser honestos a nós próprios. Mesmo que doa, mesmo que se caia, mesmo que por vezes se duvide do que somos. É claro que o processo de revolução pessoal pode levar a alterações à estrutura base. Estamo-nos sempre a reinventar, a mudar de interesses, de paixões. Seja por influências positivas, seja pela porrada inevitável que a vida nos dá. Mas, e volto-me a repetir, a nossa verdadeira essência está sempre lá. E entregarmo-nos a este nível, com esta dedicação, é arriscado. E intimidante. Por vezes mais aos outros que a nós próprios. Tenho para mim que a felicidade está lá. Apenas em patamares diferentes e de formas diferentes. Nem todos podem ser felizes da mesma maneira. Cabe-nos a nós, enquanto indivíduos, encontrá-la e percebe-la. E não desejar modos de felicidade alheia. A maior parte não respeita a essência, contradiz os sentimentos e afasta a sinceridade e honestidade.

11.14.2012

Mentes

Sussuros ardentes Beijos carentes Festas dormentes Saudades ausentes

11.13.2012

Esquizofrenia

"A esquizofrenia fazia-me sentir doente. Diziam-me que não era eu naqueles momentos. Que fazia coisas que não se deviam fazer. Não era normal diziam eles. FUCK NORMAL be you! Disse eu. E por fim disseram que afinal não era esquizofrenia. Era maluqueira. Que devia ser tratado. Diziam-me que eu não sabia o que estava a fazer, que não tinha noção. Não era culpa minha, era da doença. E que isso era normal. FUCK NORMAL! Disse eu. Então se calhar és só diferente. E o mundo não gosta do diferente. Não te podem levar a sério porque não te entendem. Tudo o que é diferente é necessariamente errado. E contra isso não podes fazer nada, é o normal. FUCK NORMAL, be you! Voltei a dizer. E continuei: ouçam o mundo. Ouçam o diferente, ouçam o que não ouvem. Vejam o que não querem ver, pensem como nunca pensaram. Façam o que querem fazer, apenas e só PORQUE O QUEREM FAZER. Isso sim, é normal. E sim, Fuck their Normal. Don't fuck your normal."

11.09.2012

Confiança

Por vezes temos que agitar as coisas. Fazer algo que não se espera. Cortar com o banal. Porque o comum todos fazem. O normal, já foi vivido. Se queremos sobressair de alguma forma temos que ser arrojados. Confiantes. Seguros do que temos para oferecer. E não hesitar. Partir à descoberta, sermos receptivos à mudança e à diferença. E realmente sê-lo. Ter um objectivo, uma crença, uma mensagem. E espalhá-la até que nos doa a voz. Até que as pernas já não consigam andar. Até que, por fim, a diferença se torne comum. E o normal volte a ser inventado.

Be Happy

Há em todos nós uma necessidade intrínseca de sofrer. De sentir intensamente. De abraçar e amar. De chorar e gritar. O sofrimento é entendido como uma penitência de pecados que nunca cometemos, de erros que nem deveriam ser classificados, quanto mais considerados relevantes para a nossa condição. O que nos causa mais emoção é necessariamente o negativo. Ou melhor, a nossa felicidade tem como medida a quantidade de sofrimento que iria causar caso cessasse actividade (a felicidade claro). Somos mais felizes quanto mais podemos sofrer. Num futuro hipotético. Assusta-nos talvez viver no momento. Sentir a felicidade como algo palpável, mensurável e assente em si mesma. Mas é exactamente isso que temos que fazer. Somos felizes porque o somos. Ponto. Nada mais interessa que sabermos que o somos. É relativo, claro que sim. Depende de dia para dia, depende do sorriso, do cheiro que teima em ficar nas roupas, naquele riso que se instalou num canto do cérebro em repeat. Num abraço dado de forma mais invulgar e espontânea. Um café tomado a dois, a três ou a quantas pessoas o nosso mundo permitir. É ser feliz sozinho, sabendo que nunca o estás. E nunca o estarás. Porque ser feliz é fácil. Basta sorrir.

10.30.2012

Imaginação

Já não te vejo há tanto tempo. E isto acontece com frequência. Não sei se me esqueço, se a minha memória já me atraiçoa, ou se nunca exististe e foste apenas fruto dos muitos medicamentos que tive que tomar. Só sei de uma coisa, tu para mim, neste momento, nesta vida e nesta condição a que estou sujeito, foste a coisa mais importante que me aconteceu. Toda a minha vida, não houve muitas coisas que tivessem significado. Ou uma razão de ser. Não sei porquê, se calhar a vida da qual me lembro, e que me parece tão estranha, nem nunca foi vivida. Mais uma vez pode ter sido completamente idealizada e moldada para se adequar ao que a minha mente percepcionava. As caras, os lugares, não me dizem nada. Não me lembro dos cheiros, do sabor das coisas, da textura dos material, do peso da roupa na cama. No meio do caos, no meio de toda a poeira, o lixo e a desordem, só me lembro de quatro coisa: do teu cheio, do teu sabor, da textura da tua pele e do teu peito embrulhado no meu coração.

10.29.2012

Despercebido

Passar despercebido é óptimo. Saber que as pessoas chegam a ti pelo que tu és e por aquilo que fazes. Não por lembretes ridículos, por imposição de presenças ou por convites em avulso. Saber que quem está é porque quer estar. E quem te diz coisas, quem te fala, quem te abraça e beija, fá-lo com gosto. E com sinceridade e honestidade. A todos eles, a todas elas, o meu profundo agradecimento. Porque muito mais que a quantidade, a qualidade.

10.10.2012

Simplicidade

Fala-me. Como se nunca tivesses falado antes. Diz-me tudo o que pensas mas não o disseste. Berra com todas as tuas forças as frustrações que nunca enfrentaste. Bate-me, como se disso dependesse a tua vida. Maltrata-me por todo o mal que já te fizeram. E no fim beija-me. Como nunca antes a ninguém..

10.02.2012

Respiração

Respiro Inspiro. O ar que respiro. Inspiro, expiro expiro. Inspiro. O ar que transpiro, inspiro. Respiro. Suspiro. Inspiro e respiro, pleno de objectivo e.......suspiro. Gemido. Quente, Ardente, Inocente, Carente. Efervescente.

9.27.2012

Ritmo

Sinto-me a navegar. Perdido num mar de sensações. Emoções que não sei explicar. Aliás, nem se explicam acho. Perdido num mar de sensações. Lá está, a navegar. Em círculos, com as correntes, por vezes sem conseguir dominar o caminho. Nem o destino, nem o início. Perco-me nos objectivos, perco-me nas ferramentas, no barco, nos remos, na bússola. O Norte confunde-se com o Sul. O vento sopra, faz-me rodopiar. A chuva tolda-me a vista. Entro numa espiral sem controlo, num desassossego próprio de quem não sabe o que quer. E está bem com isso. Porque o gozo todo desta vida está nisso. Está em deixarmos que o ritmo da vida nos tire da nossa zona de conforto. Nos surpreenda, nos atinja com tamanha violência, por vezes crua, nem sempre ideal, mas sempre, sempre, com um objectivo. Que não se sabe qual é, nem se quer saber. Apenas basta saber que há um, e deixar a coisa fluir. Porque no final tudo faz sentido. Porque tudo tem um final. Mas para esse final chegar, o princípio tem que acontecer. E o caminho, sinuoso, mete muito mais piada. Quando não se sabe onde se quer chegar, nem como lá chegar. Apenas que há um caminho. E isso basta. O vento, o descontrolo, a crueza e fealdade da realidade, tudo isso encaminha, ajuda, empurra. Para qualquer lado. É isso que interessa.

9.20.2012

Alma

Olho-te nos olhos. Leio-os, entendo-os. Sinto-os como se fossem meus. Cada pestana, cada sombra. As cores faiscantes empurram-me para o delírio. Por momentos esqueço quem sou. Neste momento nada mais interessa. Apenas esse brilho. Essa mensagem que a esforço tento entender. Sorris. Sacodes o cabelo. Voltas a olhar para mim. Alguma vez notaste que aqui estava? Alguma vez me sentiste como eu te sinto? Alguma vez olhaste para dentro de ti própria? Alguma vez te reconheceste? Comunica comigo. Contigo. Porque no fundo eu e tu somos o mesmo. Somos a mesma essência, os mesmos suspiros, os mesmos arrepios. Só eu e tu.

9.19.2012

Vida

A vida é o que nunca foi. O eterno jogo do poderá ser que e nunca é. Do estar quase mas nunca concretizar. O que queremos fazer mas que nunca acontece. Porque no fundo a vida nunca é nossa. A vida é de quem a vive. De quem a poderia viver. A vida é dos outros. Mas se a vida é o que nunca foi, então afinal é nossa. Só porque não é de mais ninguém.

9.12.2012

A escrita

Quando se escreve qualquer coisa, supõe-se a leitura. É um facto, sempre que uma palavra é escrita, será lida. Invariavelmente é isto que acontece. Não há outra hipótese. Assim como qualquer palavra proferida será obrigatoriamente escutada. Mas não se pode escrever sobre qualquer coisa. Ou melhor, poder pode, mas essa qualquer coisa, à medida que é escrita, passa a ser A coisa sobre a qual se está a escrever, perdendo o título de qualquer. Assim como também não se pode falar sobre qualquer coisa. Quanto muito pode-se escrever e falar sobre escrever e falar sobre qualquer coisa. E aí o qualquer continua seguro. Há todo um poder oculto e muitas vezes não reconhecido nas palavras. Sâo capazes de causar dano, dor, prazer, entusiasmo, arrepio. Ondas sonoras a multiplicarem-se no cérebro, inundando-o de sensações. Tom, cadência, repetição. Tudo em sintonia, em agonia. É que no fundo, a única coisa que queria era escutar-te.

9.10.2012

Alone in the Dark

Não compreendo. Quero, mas não devo. Insisto, mas não devo. Interrogo, mas não devo. Caramba. A vida é simples. Ou não.

4.16.2012

Tempo

A inspiração é algo que não vem quando se quer. É um sentimento estranho, algo que nos faz começar a fazer algo sem parar. Sem ser planeado. Sem ser pensado. Uma música, um sentimento, um raio de luz. Algo faz-nos lembrar um momento especial, uma força estranha que nos impulsiona. Que nos faz fazer. Faz pensar. A inspiração pode simplesmente servir para pensar. Para imaginar, navegar, pairar por esse mundo. Costumo ter um objectivo em tudo o que faço. Mesmo quando as faço só por fazer. Gosto da ambiguidade da escolha, na hesitação do desejo. De usar as palavras e juntá-las como acho que encaixam bem na altura. De dar liberdade aos meus dedos para escrever. Já o disse uma vez, parece que é algo que me comanda. Essa inspiração toma conta de mim, dos meus tendões e músculos. Faz-me fazer coisas que não faria, não porque não fosse capaz mas simplesmente porque não me iria lembrar de as fazer. O problema é quando ela desaparece. Quando essa vontade estranha e obtusa nos deixa de convencer. Quando indagamos sobre a sua própria motivação. Quando questionamos aquilo que nos sai do subconsciente. Quando questionamos a própria existência de algo que não pode ser explicado...E aí deixas de fazer sentido. O instinto, o que nos faz humanos sem perder a ligação com o animal, com a essência. Por vezes é preciso parar, respirar, redefinir, repensar tudo. Analisar expectativas, destruí-las se for preciso. Porque há ruínas que ficam para sempre ruínas. Outras crescem em cada machadada, tornam-se robustas e cada vez mais precisas.

3.21.2012

Palavras

As palavras que nunca te direi. As palavras que escritas, não fazem sentido. Ditas, não têm conteúdo. Sentidas, dão luz à minha vida. São ideias, paixões, convicções. Interiorizações estéticas e fonéticas, usadas para confundir e baralhar. As palavras que nunca te direi faziam todo o sentido. Mesmo que não o houvesse. Porque seriam as minhas palavras. Pensadas, imaginadas e criadas para ti. Um puro exercício de intelecto e de paixão. De rebelião, mas também de convicção. Convicção que as entenderias. Se te as dissesse. Mas as palavras que nunca te direi, essas ficarão guardadas. Até nunca.

1.16.2012

A decepção

Constato que esta sociedade vive não só uma enorme crise de identidade, de falta de sonhos e ambição, mas acima de tudo uma enorme crise de valores. A falta de respeito e consideração por aspectos básicos da educação, aliados a uma falta tremenda de alternativas e de esperanças, estão a destruir as comunidades. O egocentrismo mais que nunca torna forma. Uma época em que o que interessa é o próprio, sem ter em consideração impactos e repercussões de acções, actos e palavras. Uma desresponsabilização e ignorância completa face à superficialidade com que se estabelecem e destroem relações. Nada é garantido, muito menos a palavra. E quando se esperava uma evolução no sentido de consciencialização pela sociedade e pelos outros, eis que se assiste exactamente ao contrário: a um completo atropelo pelo respeito e acima tudo uma perca completa da identidade sociológica que tanto se lutou para conseguir.

1.10.2012

Um abraço e um beijo

"Um abraço e um beijo era o que bastaria. Sonhar ainda é permitido, vou continuar a sonhar mesmo que toda a minha história de vida me diga que não vale a pena. Não vou desistir obstante de tudo o que acontecer. Porque a esperança é a última a morrer. E se há coisa que nos salvam neste mundo de agora é a esperança. É aquele canto do coração que teima em não gelar. Aquela parte do cérebro que teima em manter-se com um sorriso. Aquela réstia de olhar que nos pisca o olho."

1.03.2012

O Título

Quando escrevo um texto imagino o conteúdo dele. Imagino o rumo que a conversa vai levar, os aspectos sobre os quais quero escrever. Claro que quando o acabo de escrever, e ao lê-lo, rapidamente me apercebo que afinal não escrevi nada do que queria. Volto ao princípio, mudo-lhe o título, e publico. Ao pensar nisto não deixo de tentar fazer um paralelismo com a minha vida. Com as minhas acções e palavras. Sou um ser extremamente espontâneo, para o bem e para o mal. Ou melhor, para o bem, ponto. Porque o espontâneo é o real, é o não pensado nem analizado. O instinto portanto. Tudo o que digo e faço é sentido, e não pensado. Com dissabores e arrependimentos, porque se muita vez o primeiro instinto é o mais correcto, a transcrição desse instinto em acções muitas vezes não é o ideal. Com a desvantagem de não poder voltar atrás e mudar o título.