11.09.2012

Be Happy

Há em todos nós uma necessidade intrínseca de sofrer. De sentir intensamente. De abraçar e amar. De chorar e gritar. O sofrimento é entendido como uma penitência de pecados que nunca cometemos, de erros que nem deveriam ser classificados, quanto mais considerados relevantes para a nossa condição. O que nos causa mais emoção é necessariamente o negativo. Ou melhor, a nossa felicidade tem como medida a quantidade de sofrimento que iria causar caso cessasse actividade (a felicidade claro). Somos mais felizes quanto mais podemos sofrer. Num futuro hipotético. Assusta-nos talvez viver no momento. Sentir a felicidade como algo palpável, mensurável e assente em si mesma. Mas é exactamente isso que temos que fazer. Somos felizes porque o somos. Ponto. Nada mais interessa que sabermos que o somos. É relativo, claro que sim. Depende de dia para dia, depende do sorriso, do cheiro que teima em ficar nas roupas, naquele riso que se instalou num canto do cérebro em repeat. Num abraço dado de forma mais invulgar e espontânea. Um café tomado a dois, a três ou a quantas pessoas o nosso mundo permitir. É ser feliz sozinho, sabendo que nunca o estás. E nunca o estarás. Porque ser feliz é fácil. Basta sorrir.

Sem comentários: