10.30.2012

Imaginação

Já não te vejo há tanto tempo. E isto acontece com frequência. Não sei se me esqueço, se a minha memória já me atraiçoa, ou se nunca exististe e foste apenas fruto dos muitos medicamentos que tive que tomar. Só sei de uma coisa, tu para mim, neste momento, nesta vida e nesta condição a que estou sujeito, foste a coisa mais importante que me aconteceu. Toda a minha vida, não houve muitas coisas que tivessem significado. Ou uma razão de ser. Não sei porquê, se calhar a vida da qual me lembro, e que me parece tão estranha, nem nunca foi vivida. Mais uma vez pode ter sido completamente idealizada e moldada para se adequar ao que a minha mente percepcionava. As caras, os lugares, não me dizem nada. Não me lembro dos cheiros, do sabor das coisas, da textura dos material, do peso da roupa na cama. No meio do caos, no meio de toda a poeira, o lixo e a desordem, só me lembro de quatro coisa: do teu cheio, do teu sabor, da textura da tua pele e do teu peito embrulhado no meu coração.

1 comentário:

AM disse...

Muito bom!
AM