9.27.2012

Ritmo

Sinto-me a navegar. Perdido num mar de sensações. Emoções que não sei explicar. Aliás, nem se explicam acho. Perdido num mar de sensações. Lá está, a navegar. Em círculos, com as correntes, por vezes sem conseguir dominar o caminho. Nem o destino, nem o início. Perco-me nos objectivos, perco-me nas ferramentas, no barco, nos remos, na bússola. O Norte confunde-se com o Sul. O vento sopra, faz-me rodopiar. A chuva tolda-me a vista. Entro numa espiral sem controlo, num desassossego próprio de quem não sabe o que quer. E está bem com isso. Porque o gozo todo desta vida está nisso. Está em deixarmos que o ritmo da vida nos tire da nossa zona de conforto. Nos surpreenda, nos atinja com tamanha violência, por vezes crua, nem sempre ideal, mas sempre, sempre, com um objectivo. Que não se sabe qual é, nem se quer saber. Apenas basta saber que há um, e deixar a coisa fluir. Porque no final tudo faz sentido. Porque tudo tem um final. Mas para esse final chegar, o princípio tem que acontecer. E o caminho, sinuoso, mete muito mais piada. Quando não se sabe onde se quer chegar, nem como lá chegar. Apenas que há um caminho. E isso basta. O vento, o descontrolo, a crueza e fealdade da realidade, tudo isso encaminha, ajuda, empurra. Para qualquer lado. É isso que interessa.

2 comentários:

Ana Margarida disse...

Johnny
Identifico-me totalmente com o que escreveste.
Apenas sem tanto desassossego, próprio de quem já está neste caminho há mais uns anos do que tu...
Um forte abraço e um beijito
Gui

Zézinha disse...

Hás-de ser bem velhinho e continuar a andar à procura do teu caminho. A tua cabeça foi sempre um mar de ideias e inquietações. No entanto serás sempre o meu filho querido. Um beijinho