12.28.2011

Das voltas

Ando às voltas sem conseguir dormir. Os meus olhos fecham, as horas passam sem que eu dê por isso, o sol nasce sem me incomodar. Mas não durmo. Os pássaros acordam, enchem o ar com o seu chilrear. Mas eu não ouço. Não durmo. Eu não durmo. Não estou cansado. Subo e desço escadas sem me incomodar com as pernas que já não dobram, com os pés que já não sentem. Mas eu não me canso. Eu não durmo. As horas passam, os pássaros acordam. A lua levanta-se, muda, desaparece, muda, volta a aparecer. As horas passam. O sol volta a nascer. A chuva cai, mata, volta a dar vida. Tudo renasce. Tudo floresce. Mas as horas não passam. O sentimento não muda. Eu não durmo.

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