Carregava nos ombros o peso da desilusão. Caminhava curvado, olhos cravados no chão, mãos enfiadas no bolso. Um assobio ligeiro ia acompanhando os decibéis que lhe eram debitados directamente no cérebro, numa tentativa frustrada de o calar. Passo célere, sem tempo para apreciar o caminho. Tudo era urgente. O destino, esse, incerto.
Caminhava invísivel. Marcas mínimas da sua presença. Passos leves, sem dar impressão. Sem rasto não há prova. Sem vestígio não existiu, não aconteceu. E tudo o que é impossível de seguir é também impossível de repetir. Cada passo era único, cada movimento uma repetição de momentos irrepetíveis.
Caminhava sozinho. Sem ninguém à sua volta, sem ninguém que lhe atrapalhasse o caminho. Sem ninguém que o obrigasse a desviar, que o obrigasse a levantar a cabeça.
Sozinho desapareceu. Sem deixar rasto. Sem ninguém o procurar. Sem ninguém o lembrar.
Chronicles
devaneios e afins...
6.30.2014
2.03.2014
Volta-se
Volta-se porque tem quer se voltar.
Larga-se tudo, não se olha para trás.
Tenta-se não se lembrar de tudo o que passou, de tudo o que conquistou.
De todas as pessoas que abraçou, de todos os lugares que visitou.
Todas as gargalhadas, noites mal passadas e mil e uma coisas partilhadas . Beijos, olhos semi cerrados e suspiros prolongados.
Tudo o que se aprendeu, viveu e conheceu.
Volta-se porque não há para onde ir.
Deixa-se amores e tremores.
Esquecem-se os passos e os espaços.
Apagam-se as memórias e as vitórias.
Subsituem-se as emoções pelas sensações,
O vazio pelo desafio,
A amargura pela aventura.
Volta-se com vontade.
Em fazer mais, abraçar os pais.
Reencontrar amigos e aperfeiçoar conhecidos.
Relembrar sabores e cores.
Procurar a felicidade, religar-se à cidade.
Trocar a saudade pela vontade
Num constante exercício de agilidade.
É não perder a esperança,
Esse sentimento crucial,
Sem o qual não se tem a confiança,
De repetir o primordial.
Larga-se tudo, não se olha para trás.
Tenta-se não se lembrar de tudo o que passou, de tudo o que conquistou.
De todas as pessoas que abraçou, de todos os lugares que visitou.
Todas as gargalhadas, noites mal passadas e mil e uma coisas partilhadas . Beijos, olhos semi cerrados e suspiros prolongados.
Tudo o que se aprendeu, viveu e conheceu.
Volta-se porque não há para onde ir.
Deixa-se amores e tremores.
Esquecem-se os passos e os espaços.
Apagam-se as memórias e as vitórias.
Subsituem-se as emoções pelas sensações,
O vazio pelo desafio,
A amargura pela aventura.
Volta-se com vontade.
Em fazer mais, abraçar os pais.
Reencontrar amigos e aperfeiçoar conhecidos.
Relembrar sabores e cores.
Procurar a felicidade, religar-se à cidade.
Trocar a saudade pela vontade
Num constante exercício de agilidade.
É não perder a esperança,
Esse sentimento crucial,
Sem o qual não se tem a confiança,
De repetir o primordial.
1.08.2014
First Kiss
My desire was greater than everything i ever felt. I kept on smiling, trying to hide my racing heart and my shaking hands. No words would come out. My thoughts were frozen, my brain just couldn't understand what was going on. I could only hear it, trying to jump of my chest onto your lap. I just wanted your touch, your warm embrace.
You were saying something. Your lips were moving but i couldn't pay attention to it. They were calling me, pulling me towards you. In my mind you could just as well being putting a spell on me. For sure it felt like it.
Enough. Your eyes were piercing through my soul. Your voice was finally heard, but it just kept on going worse. I was sure you could see my veins throbbing, my smile getting more anxious, my breathing becoming heavy. In that moment you were all i needed. All i ever wanted was right there, i could feel it just dancing around me, teasing and provoking me.
I got up, slowly. U kept on asking me what was going on. I moved towards you. Every inch of your face was telling me to not get any closer. But i couldn't stop. I wouldn't stop. I had no control over me, over my actions. I was driven by pure instinct. Finally i stop. I could see your smile changing. I was sure you could feel my energy at that distance. Undoubtedly you knew what i wanted.
This was the moment i was waiting for. I didn't care about the past nor the future. Time froze, everything stopped. It was just me and you.
I touch your face. Paying attention to every detail of it, like it was the first time i ever saw you. Breathing you in, letting your smell invade my senses. Your smile, always your smile, was inviting me in. But i had all the time in the world. I feel the back of your neck, slowly stroking it. Your eyes slowly close down. I feel your body touching mine. I pull you close to me, feeling your heart beat in my chest. A small hum was all i needed.
But just like that it was all gone. It was just another dream. A delusion. I can feel you getting closer though. I've been in places i've never been before. Each new day brings me one step closer to the reality. Slowly i hear the music again. More than just a background noise. One day i'll hear you again. One day i'll feel you again. One day i'll find you again. Whoever your are.
You were saying something. Your lips were moving but i couldn't pay attention to it. They were calling me, pulling me towards you. In my mind you could just as well being putting a spell on me. For sure it felt like it.
Enough. Your eyes were piercing through my soul. Your voice was finally heard, but it just kept on going worse. I was sure you could see my veins throbbing, my smile getting more anxious, my breathing becoming heavy. In that moment you were all i needed. All i ever wanted was right there, i could feel it just dancing around me, teasing and provoking me.
I got up, slowly. U kept on asking me what was going on. I moved towards you. Every inch of your face was telling me to not get any closer. But i couldn't stop. I wouldn't stop. I had no control over me, over my actions. I was driven by pure instinct. Finally i stop. I could see your smile changing. I was sure you could feel my energy at that distance. Undoubtedly you knew what i wanted.
This was the moment i was waiting for. I didn't care about the past nor the future. Time froze, everything stopped. It was just me and you.
I touch your face. Paying attention to every detail of it, like it was the first time i ever saw you. Breathing you in, letting your smell invade my senses. Your smile, always your smile, was inviting me in. But i had all the time in the world. I feel the back of your neck, slowly stroking it. Your eyes slowly close down. I feel your body touching mine. I pull you close to me, feeling your heart beat in my chest. A small hum was all i needed.
But just like that it was all gone. It was just another dream. A delusion. I can feel you getting closer though. I've been in places i've never been before. Each new day brings me one step closer to the reality. Slowly i hear the music again. More than just a background noise. One day i'll hear you again. One day i'll feel you again. One day i'll find you again. Whoever your are.
1.07.2014
This is not a love story
Chamas o meu nome. Saboreias a palavra, como se a maior iguaria se tratasse. Sinto-te a afagá-la gentilmente com os teus lábios, cada movimento da tua língua cuidadosamente pensado. Cada músculo da tua face sente-o. E eu sinto-o na tua voz. Sigo-o. O meu nome ecoa nas paredes, confunde-me. Faz-me perder nesse labirinto que é a tua existência. Sinto-te perto, mas não te consigo encontrar.
Desisto. Volto para trás, em busca do ponto de partida. Com tanta volta já não encontro a origem. Aliás pressinto que a minha origem, assim como o meu nome, vagueia contigo. Levaste-os para outro lado. Continuo, caminho em círculos, triângulos e quadrados. Até esgotar todas as hipóteses.
Encosto-me à parede. Cada rugosidade me conforta. Cada aresta viva amansa-me a alma. Contemplo-a. Cada brecha, cada pedaço de cimento arrancado. Mas ali está ela. Indiferente a tudo isto, a continuar o papel dela, de cabeça erguida e com a dignidade intacta. Sento-me numa pedra por ali caída. Ponho-me a pensar as voltas que esta pedra já deu. Toda a sua vida, longa, preenchida, violenta até. Até não ser mais que um simples impecilho, pontapeada e arrumada num qualquer canto. Mas aqui estou eu, a prestar uma devida homenagem, como que naquele momento sentar-me naquela pedra, naquele momento, naquela noite, estou a reconhecer a sua existência. Estou a dar-lhe a atenção que ainda merece.
Fico ali sentado não sei quanto tempo. As sombras mudam de sítio, vão dançando à minha volta. Vou brincando com elas. Um diálogo surdo, de movimentos e imperceptíveis interacções. Enrolo um cigarro, vagarosamente. Cada baforada de fumo é mais uma pincelada naquela tela que se estende à minha volta. Inspiro fundo, fecho os olhos e aprecio o silêncio da minha rua. Pelo menos é minha durante aquela noite. Controlo-a, conheço já cada canto e recanto. E ela já me conhece a mim.
--------------------------------------------------------
Desisto. Volto para trás, em busca do ponto de partida. Com tanta volta já não encontro a origem. Aliás pressinto que a minha origem, assim como o meu nome, vagueia contigo. Levaste-os para outro lado. Continuo, caminho em círculos, triângulos e quadrados. Até esgotar todas as hipóteses.
Encosto-me à parede. Cada rugosidade me conforta. Cada aresta viva amansa-me a alma. Contemplo-a. Cada brecha, cada pedaço de cimento arrancado. Mas ali está ela. Indiferente a tudo isto, a continuar o papel dela, de cabeça erguida e com a dignidade intacta. Sento-me numa pedra por ali caída. Ponho-me a pensar as voltas que esta pedra já deu. Toda a sua vida, longa, preenchida, violenta até. Até não ser mais que um simples impecilho, pontapeada e arrumada num qualquer canto. Mas aqui estou eu, a prestar uma devida homenagem, como que naquele momento sentar-me naquela pedra, naquele momento, naquela noite, estou a reconhecer a sua existência. Estou a dar-lhe a atenção que ainda merece.
Fico ali sentado não sei quanto tempo. As sombras mudam de sítio, vão dançando à minha volta. Vou brincando com elas. Um diálogo surdo, de movimentos e imperceptíveis interacções. Enrolo um cigarro, vagarosamente. Cada baforada de fumo é mais uma pincelada naquela tela que se estende à minha volta. Inspiro fundo, fecho os olhos e aprecio o silêncio da minha rua. Pelo menos é minha durante aquela noite. Controlo-a, conheço já cada canto e recanto. E ela já me conhece a mim.
--------------------------------------------------------
Nestes momentos apercebo-me da minha insignificância. Estou
sozinho afinal. Limito-me a controlar o inanimado, o que é pacato e escuro, as
sombras moldáveis, a natureza sem vontade, as coisas frágeis, tudo. Menos o
fogo. O teu fogo.
E quando sou eu a chamar por ti? Sentes? Acho que
simplesmente ouves, como estás predestinada a ouvir qualquer voz, qualquer
estímulo. Mas e se eu gritar? Como já te gritei tantas vezes… Palavras duras,
dilacerantes, tudo dito com um propósito estrategicamente definido, a intenção de
te ecoar na cabeça repetidamente, como se te enfiasse aqui, dentro do meu peito
vazio, e te trancasse sem piedade. Como se está mal aqui dentro - pensas tu -
assustada e frágil. Por esta hora já deves estar a sufocar, asfixiada, enquanto
tentas gritar desesperadamente para que te deixe sair. Pois é… Vive-se mal
dentro de mim, mas eu quero que tu experimentes… E essa viagem, fazes através
das minhas palavras, as piores, que tenho guardadas só para ti.
Comoves-me. Sempre tiveste essa capacidade, de me comoveres
a mim e aos outros, com esse teu excesso de ternura e de bondade. Que criatura
mais bonita essa tua pessoa. E quando te descobri por dentro, por dentro dessas
roupas, pensava que eras cândida mas afinal eras fogo. E a tua bondade onde
estava? Afinal eras animal. Nada contra. Só me esqueci de te dizer que, depois
de convertida em pecadora, nunca mais olharia para ti da mesma forma.
Descontrolaste-me e eu comecei a perder-te. Mas como assim
perder-te? Jamais permitiria isso. Eu estava dentro de ti, e tu, sempre que
fugias, levavas a minha pulsação contigo. Obrigaste-me a correr para salvar a
minha vida. Corria atrás de ti completamente demente, em autênticos labirintos
que já confundia com as minhas próprias entranhas, caminhos confusos que
pareciam os da minha consciência.
Encostei-me à parede e aguardei calmamente. Optei pela contemplação
do tempo e do futuro, até que chegou o dia em que te encontrei e segurei. Como
foi bom sentir-te. Percorri-te toda enquanto ainda estavas quente, e como
arfavas… Converti esse respirar de terror em prazer, para mim, estavas a gemer
por me teres. Foi tão bom, lembras-te? Claro que não…
No fim, olhavas o vazio, enquanto eu enrolava um cigarro
vagarosamente. Entre baforadas densas e silenciosas, encostei a tua cabeça
naquela pedra. Ainda hoje lá permanece a tua marca, a vermelho, a cor do teu
batom.
Agora, sinto-te perto, e já sei onde te encontrar.
Texto com a colaboração de Ana Luísa Costa.
11.21.2013
I want it all
I want it all. I want the wind, the cold, the snow. Shivers of cold.
I want to cry. Badly. I want to suffer, to feel miserable. I want to feel as in i don't belong anywhere. I want to feel lonely, abandoned, with no purpose. I want to feel like i don't matter, like i'm useless. I want to feel the tears roll down my face. The sound of me sulking ripping the nights. My screams, my agitations, my nightmares. I want it all.
I want to be lost. I want to loose my direction. To walk with no goal. To run until all the energy is gone. I want to run out of air, run out of tears, run out of hope.
I want to loose it all. Empty myself of everything. So that, when you finally come, i'm ready to be filled with your smile. With your smell, with your laughter. With your love, your warming embrace. Your company, your presence. Your desire, your lust. Your body, with your taste.
I want to loose it all, so that i can have it all.
----------------------------------------------
Quero tudo. Quero o vento, o frio, a neve. Arrepios de frio.
Quero chorar. Copiosamente. Quero sofrer, sentir-me miserável. Quero-me sentir como se não pertencesse a lado nenhum. Quero-me sentir sozinho, abandonado, sem razão de estar. Quero-me sentir como se nada importasse, como se fosse inútil. Quero as lágrimas a escorrem-me pela cara. Os sons dos meu soluçar a rasgar a noite. Os meus gritos, agitações, pesadelos. Quero tudo.
Quero-me perder. Perder a orientação. Caminhar sem rumo. Correr até se esgotar a energia. Até ficar sem ar, sem lágrimas, sem esperança.
Quero perder tudo. Esvaziar-me por completo. Para que, quando finalmente chegares, esteja pronto para ser preenchido pelo teu sorriso. Pelo teu cheiro, pelas tuas gargalhadas. Pelo teu amor, pelo teu abraço. Pela tua companhia, a tua presença. O teu desejo, a tua lúxuria.
Quero perder tudo, para poder ter tudo.
I want to cry. Badly. I want to suffer, to feel miserable. I want to feel as in i don't belong anywhere. I want to feel lonely, abandoned, with no purpose. I want to feel like i don't matter, like i'm useless. I want to feel the tears roll down my face. The sound of me sulking ripping the nights. My screams, my agitations, my nightmares. I want it all.
I want to be lost. I want to loose my direction. To walk with no goal. To run until all the energy is gone. I want to run out of air, run out of tears, run out of hope.
I want to loose it all. Empty myself of everything. So that, when you finally come, i'm ready to be filled with your smile. With your smell, with your laughter. With your love, your warming embrace. Your company, your presence. Your desire, your lust. Your body, with your taste.
I want to loose it all, so that i can have it all.
----------------------------------------------
Quero tudo. Quero o vento, o frio, a neve. Arrepios de frio.
Quero chorar. Copiosamente. Quero sofrer, sentir-me miserável. Quero-me sentir como se não pertencesse a lado nenhum. Quero-me sentir sozinho, abandonado, sem razão de estar. Quero-me sentir como se nada importasse, como se fosse inútil. Quero as lágrimas a escorrem-me pela cara. Os sons dos meu soluçar a rasgar a noite. Os meus gritos, agitações, pesadelos. Quero tudo.
Quero-me perder. Perder a orientação. Caminhar sem rumo. Correr até se esgotar a energia. Até ficar sem ar, sem lágrimas, sem esperança.
Quero perder tudo. Esvaziar-me por completo. Para que, quando finalmente chegares, esteja pronto para ser preenchido pelo teu sorriso. Pelo teu cheiro, pelas tuas gargalhadas. Pelo teu amor, pelo teu abraço. Pela tua companhia, a tua presença. O teu desejo, a tua lúxuria.
Quero perder tudo, para poder ter tudo.
7.24.2013
Pontos de vista
This is what i want. This is my choice. My goal. My dream.
This can't be what i want. This was not my choice. Neither my goal or dream.
I don't care what i want. I don't want to make choices, or have goals or dreams.
I don't know what i want. I want to make choices and have goals and dreams but i don't know how to do it.
Well i live. I make my own choices as they appear in front of me. I have goals and dreams but i don't let them command my life. Instead i follow the paths that will bring me closer to them, although always adapting them to my current reality. Life is what we do now. I don't care about the past, i don't care about the future. I care about the today, the now, the immediate.
This can't be what i want. This was not my choice. Neither my goal or dream.
I don't care what i want. I don't want to make choices, or have goals or dreams.
I don't know what i want. I want to make choices and have goals and dreams but i don't know how to do it.
Well i live. I make my own choices as they appear in front of me. I have goals and dreams but i don't let them command my life. Instead i follow the paths that will bring me closer to them, although always adapting them to my current reality. Life is what we do now. I don't care about the past, i don't care about the future. I care about the today, the now, the immediate.
7.09.2013
Silence
The silence is overwhelming. You don't hear a whisper. A single noise.
I look outside. I open the window, slowly, afraid of disturbing such peace. I could hear my heart beat. The air racing through my nose. I could hear it entering my lungs. The blood rushing to grasp every bit of oxygen out of it.
I take a deep breath. Calm down man! It's just silence.
Silence is scary. Is the full absence of life. Pure silence i mean.
I step outside. My footsteps echoe on the mountains far away. But i don't hear it. The night is dark. There is no light, no moon. There is nothing. Well the hell is everybody? Where are the birds? The insects, the dogs and cats? Damn.
I am outside. I can feel the wind around my body. Every single hair reacts to its presence. But i don't hear it. I just can't hear a thing.
I open my mouth. Trying to make a sound. For some reason my throat is blocked. I articulate the sound, but nothing comes out. I force it. I'm screaming now. My veins are popping out. Tears burst from my eyes, as i make one last effort to speak.
Finally i do. The only sound i can make and hear is your name. I shout it, with all my strengths. And finally the whole world awakes. The birds sing again, dogs bark, cats run away from it. The wind blows stronger than ever. The moon rises, i can see the streets again. Slowly my heart goes back to normal. My breathing becomes peaceful. I can go back to sleep!
I am outside. I can feel the wind around my body. Every single hair reacts to its presence. But i don't hear it. I just can't hear a thing.
I open my mouth. Trying to make a sound. For some reason my throat is blocked. I articulate the sound, but nothing comes out. I force it. I'm screaming now. My veins are popping out. Tears burst from my eyes, as i make one last effort to speak.
Finally i do. The only sound i can make and hear is your name. I shout it, with all my strengths. And finally the whole world awakes. The birds sing again, dogs bark, cats run away from it. The wind blows stronger than ever. The moon rises, i can see the streets again. Slowly my heart goes back to normal. My breathing becomes peaceful. I can go back to sleep!
Subscrever:
Mensagens (Atom)